segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Viva a Rota das Salamarias! De bicicleta chegamos, almoçamos e voltamos.

Família Câmera Ristorante
Neste domingo 35 ciclistas estavam reunidos na Praça da Mãe para pedalar até a Rota das Salamarias em Marau (vulgo Rota do Salame). As famílias seguiriam mais tarde de carros e nos encontraríamos no Família Câmera Ristorante e Salamaria (foto acima) para almoçar. 
Em primeiro lugar gostaria de agradecer ao César Augusto (que teve a idéia e foi testar a comida antes), ao Xyko (olha o poder que o Blog Pedal na Noite tem para agregar!), ao Igor e ao Sandro (que fizeram o percurso dias antes) e ao Chico e Juliano que além de coletaram a grana fazem  com que o ambiente da Gigante Bike se torne a sala de discussões e tomada de decisões dos passeios e pedaladas (tomara ele não tenha esquecido de pagar a conta ...). Além disso, o Igor foi ótimo nas orientações e soube conduzir o grupo - não houve erradas nem atalhos. Graças ao empenho desses colegas fizemos um passeio muito, mas muito bacana mesmo!
A Rota das Salamarias  explora a mais antiga atividade industrial de Marau, cidade gaúcha de 40 mil habitantes situada na zona de transição entre a serra e o Planalto, bem onde rareiam os parreirais e prospera a triticultura. Mas Marau tem uma tradição na suinoclutura e sua na industrialização (Frigorífico Borella). O principal ponto de referência desse ex-distrito de Passo Fundo (emancipado em 1954) é a chaminé da Borella, a mais antiga salamaria do norte do Rio Grande do Sul, fundada em 1923. Hoje, pertencente à Perdigão – a velha marca continua viva no mercado de embutidos. Tem consumidores até na Itália. Salame, Borella e Marau são quase sinônimos. Foi numa vila perto daqui que o lendário Attilio Fontana veio buscar o primeiro salameiro da Sadia, fundada em Concórdia, SC, no final da Segunda Guerra Mundial. A Rota das Salamarias começou há dois anos, tem uma dezena de parceiros ativos (e seis candidatos na fila de espera) em três bairros rurais ligados por 13 quilômetros de caminhos de terra (em ótimo estado de conservação). O ponto mais saliente da rota é o “ristorante” dos Câmera, donos de 26 hectares, a três quilômetros de Marau. Liderada por Valdir Camera, 55 anos, a família de nove pessoas cuida sozinha de um matadouro de porcos, de uma fábrica de embutidos e do restaurante. O modelo operacional foi criado por Aline Camera, a primogênita da família, recém-formada em administração de empresas na UPF. Com a ajuda de um consultor e da mãe, Neuza, ela montou também o cardápio – só “comida da nonna”, num total de 18 itens, começando por sopa de capeletti e terminando com chá de macela, café ou grapa. A 18 reais por cabeça, o restaurante daria lucro com 400 refeições mensais. Operando desde novembro de 2009, nunca recebeu menos de 650 pessoas por mês. Falta pouco para terminar de pagar a imponente obra do restaurante, no qual foram aplicados mais de 200 mil reais. Réplica da primitiva moradia familiar, em pedra e madeira, o sobradão tem 483 metros quadrados. Resumindo então a Rota das Salamarias é formada por 12 pequenas propriedades rurais dispostas num trajeto de 13 km, abrangendo as Comunidades de Nossa Senhora do Carmo, São Luís da Mortandade e Sede Independência/Taquari, cada uma com especialidade em um produto colonial. Conta com uma peculiar beleza natural, com centenárias araucárias, pequenos riachos e jardins, mostrando assim o dia-a-dia do produtor rural.

O César Augusto fez o briefing do passeio, falou, em cima do banco da praça (parece que emocionou o Presidente do Pedal na Noite), sobre a rota, as regras (agrupar de tempos em tempos), os percalços nas estradas (carros principalmente) e as medidas de seguranças habituais. Após essa palestra sobre bons costumes no cicloturismo saímos com uma tolerância de 15 minutos iniciando nossa jornada. Tivemos o luxo de termos dois carros de apoio a Iti (esposa do Pinga), a Magda (esposa do Eduardo) e a irmã que nos acompanharam o tempo todo. Baita mordomia, água gelada, frutas e principalmente apoio psicológico, além das fotos e filmagens é claro.
Pela Av. Brasil, bem tranqüila aquela hora da manhã, fomos em direção ao Boqueirão e à Santa Marta e sua famosa descida. Estava bonito de ver toda aquela turma descendo.
Fomos em direção aos três cerros (que na verdade são dois) sobre os quais já escrevemos em postagem anterior.



Nesse percurso paramos num entroncamento na Capela N.Sra. das Graças para reagrupar, para uma sessão de fotos e para que todos seguissem pelo mesmo caminho ...


Seguimos então, em direção aos três cerros passamos ao lado dos morros com seu formato peculiar e pedalamos até a Gruta de N.Sra. de Lourdes. 
Gruta N.Sra. de Lourdes

Encontramos ai um lugar aprazível, com banheiros (limpos), churrasqueiras, mesas e bancos. Tudo bem preservados pelo pessoal da comunidade. Paramos para reunir toda a turma e é claro mais fotos. Aproveitamos para usufruir do banheiro (parece que tem gente que não pode ver um banheiro que já se escala!!!).


Recarregamos as caramanholas com água fresquinha e seguimos viagem. Após descidas e muitas subidas paramos em São Caetano  para novo reagrupamento e nova sessão de fotos.





Dali partimos para o Ristorante Câmera sem novas paradas. Chegamos lá antes do horário previsto e ficamos confraternizando até a hora do almoço.






As famílias já estavam chegando e no final estávamos em 84 pessoas almoçando. Dizem as más línguas que 34 dos presentes eram familiares do Eduado Fabiani. Segundo ele  ouviram falar de polenta, salame, queijo e vinho e já se escalaram...
O almoço estava uma delícia e deve ter agradado a todos. Para mim a comida estava ótima, tive que me cuidar para não exagerar, pois iria voltar pedalando. Mas já me prometi, vou voltar lá com a Iolanda dirigindo na volta!
Após o almoço o pessoal passou para o lado de fora da cantina. Sombra e um gramado legal (que deverá ser melhorado, segundo o Sr. Valdir Câmera) propiciaram momentos de descontração e descanso.
Teve gente que gostou tanto do descanso que desistiu de voltar pedalando. Uns falaram que comeram demais, outros que queriam voltar logo para acompanhar a jornada esportiva, etc, etc ..
Voltamos então em 21 ciclistas


A volta
Poderíamos ter aguardado um pouco mais no Ristorante, porém a vontade de pedalar falou mais forte e ai pelas duas e meia (13:30 h no horário normal) saímos em direção à Passo Fundo. Pegamos um sol forte que deixou vermelho feito um pimentão quem não passou protetor solar dos bons.
Do Ristorante seguimos uns 5 km pela mesma estrada que chegamos e nesse ponto, ao invés de ir pela estrada da esquerda, tomamos à da direita voltando por um percurso diferente menos íngreme e mais bonito.
Lá pelas tantas surgiu a idéia de parar numa cachoeira. Essa cachoeira fica numa propriedade abandonada cuja casa está lá aberta e se deteriorando e pertencia à Família Colussi.
Vejam as fotos da Cachoeira dos Colussi e tirem suas conclusões.
















Alguns colegas resolveram por os pés já cansados na água fria e agradável. Foi um santo remédio.
Dali seguimos para a Capela São José, onde houve uma nova parada para uma rodada de água mineral e refrigerantes.
Passamos por São Roque e nos reunimos na Roselândia em baixo da araucária o tradicional ponto de encontro.
Da Roselândia cada um seguiu seu destino. Eu voltei pela perimetral e cheguei em casa pelo Bosque Lucas Araújo.
Passeio maravilhoso, sem percalços, pneus furados, mau humor. Só alegria! Alegria de: poder pedalar, estar com os amigos, ter batido um papo legal, ter almoçado bem e com gosto, ter passado por lugar lindos e de estar pronto para outra.
Abraços a todos e, mais uma vez muito obrigado aos colegas que organizaram esse passeio por ter nos propiciado um dia tão bacana, tão legal.
Lorenzini
P.S. 1: Maiores informações, fotos e filmagens podem ser encontradas no Blog Pedal na Noite.
P.S. 2: Dados do meu GPS: 72,91 km em 5:00 h de pedal, com uma média de 14,6 km/h, a veloxidade máxima atingida foi de 51,5 km/h, consumi 1697 Kcal (boa parte delas repostas no almoço). O total de subidas foi de 1267 e de descidas 1258.

3 comentários:

  1. Muito bacana o teu relato Lorenzini, pelo jeito passou o dia estudando sobre a história das Salamarias, hehehehe, abraço e até a próxima

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  2. Valeu Xará! Muito cultural teu artigo. Um abraço e até a próxima.

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  3. Ola!!!! Onde fica essa cachoeira????!!!! Obrigada :D

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