sábado, 25 de dezembro de 2010

Ladrões de Bicicletas - Ladri di biciclette

Revendo algumas resenhas de clássicos do cinema no livro que ganhei de Natal das minhas filhas: "1001 filmes para ver antes de morrer", Editoria Geral de Steven Jay Schneider, tradução de Carlos Irineu da Costa e publicado em 2008 pela Sextante, Rio de Janeiro. É um livro que reúne uma resenha dos clássicos do cinema. Apesar de não concordar com a escolha de alguns filmes é uma excelente leitura.


Ladri de Biciclette foi um filme dirigido em 1948, por Vittorio De Sica, que assisti nos anos 70, num cinema na Rua da Praia onde passavam só clássicos (na realidade filmes antigos ou velhos). Redundante dizer que o cinema não existe mais (deve ser uma igreja evangélica, um estacionamento ou já foi demolido para dar lugar a um prédio de escritórios).


Esse filme mostra a importância da bicicleta para aquela família no pós-guerra italiano e também as desigualdades sociais que marcaram aquela época.

Antonio (no filme vivido por Lamberto Maggiorani) um desempregado na Roma do pós-guerra, consegue um emprego de colador de cartazes de cinema depois que sua mulher penhora as roupas de cama da família para tirar a bicicleta do prego. Porém, assim que ele começa a trabalhar, a bicicleta é roubada. Com Bruno, seu filho pequeno a reboque, ele cruza a cidade tentando recuperá-la, deparando-se no cominho com vários aspectos da sociedade romana, incluindo algumas das mais agudas diferenças sociais.
Ladri di Biciclette ainda que assinado por De Sica é produto de um coletivo, por um lado o elenco constituído fundamentalmente por atores não profissionais, depois ainda o argumento de Cesare Zavattini, Oreste Biancoli, Suso d’Amico, do próprio De Sica, de Adolfo Franci, e de Gerardo Guerrieri a partir da obra homônima de Luigi Bartolini. A emoção triste que a fotografia de Carlo Montuori transmite acompanha o desespero dos personagens que nos contagia também. O filme foi nomeado para o Oscar de Melhor Argumento, que não recebeu, tendo ganho Prêmio Honorário de Melhor Filme Estrangeiro de 1949. Além disso a obra recebeu inúmeras distinções e agradou a um  público não necessariamente simpático aos ideais de esquerda.Foi um dos filmes mais premiados até então, com seu elenco formado atores não profissionais.
Considerado um filme comunista, não foi visto assim nos Estados Unidos à época, ironicamente a única censura que teve foi por que o garoto aparece urinando na rua.
Ladri de biciclette (cujo trailer está disponível no link ou no Youtube) contém o que talvez seja a maior representação do relacionamento entre pai e filho da história do cinema, repleto de oscilações e gradações progressivas em termos de respeito e confiança entre dois personagens.






O papel da bicicleta neste filme é o de ser o fio condutor para expor a relação pai e filho e também as grande diferenças sociais que uma guerra produz. Apenas três anos após o término da guerra a Itália seu povo poderia ser dividido entre os que padeceram na guerra (e agora estão pobres e precisam desesperadamente trabalhar) e aqueles que não sofreram com a guerra, pelo contrário enriqueceram com ela. Pois como dizem os especuladores: quando há sangue nas ruas é o momento propício para ganhar dinheiro.
Abraços,
Lorenzini

sábado, 11 de dezembro de 2010

Pedalar com segurança - Campanha que todos devemos participar!


Sábado, à tarde em especial, se tornou um dia especial para mim. Há tempos vinha buscando um hobby. Encontrei esse hobby no ciclismo e o prazer de pedalar nos passeios aos sábados à tarde. Na minha especialidade médica ficamos confinados em ambientes fechados, sem a luz do dia, sem saber se está chovendo ou fazendo sol. Assim nada mais natural que esses passeios se tornassem um dos momentos mais prazerosos da minha semana.
Agora estou confinado em casa, com raras saídas, o rosto inchado e bastante "assustador" e com isso fico lembrando dos passeios. Hoje quando o Everton me ligou para pedalarmos a fissura ficou mais forte e para compensar estou escrevendo sobre isso. No Blog do Lorenzini descrevi parte desses dias e numa das postagens escrevi que esse período era igual a paciência, paciência, paciência ... Só que ela está se esgotando.
Sem pode pedalar ou fazer outros exercícios sobra "comer de canudinho", ler, estudar, ver TV (já vi todos os Law & Order - mais de uma vez) e o computador. Assim tenho navegado bastante e o blog do Pedal na Noite é o primeiro que abro todas as manhãs.
Visitando o site gostei da campanha que a Gigante Bike e o Pedal na Noite está promovendo. Essa campanha não deve ser só por nós que somos ciclistas por prazer, mas muito mais por aqueles que usam a bicicleta como meio de transporte para trabalhar.
Esse pessoal, que muitos chamam de bicicleteiros, até com um certo desdém,  são os mais vulneráveis e desprotegidos. Com freqüência não dispõe de nenhum item de segurança tanto na bicicleta (farol, sinaleira, dispositivo refletivo, etc ...) quanto para proteger sua integridade física (capacete em especial). Sabemos que muitos desrespeitam as regras do pedal seguro porém muitas vezes o fazem por não terem sido informados ou recebido a educação para isso, são pessoas simples que acham estar fazendo a coisa certa. Assim essa campanha vem em boa hora.
O SAR, serviço de anestesiologia em que trabalho, atende os cirurgiões do IOT (ortopedistas e traumatologistas). Com muita freqüência anestesio pacientes acidentados (ou com seqüelas de acidentes) que são motociclistas ou ciclistas (ou bicicleteiros). No trânsito nos tornamos vulneráveis, mais até que os pedestres, pois disputamos, quando estamos sobre magrela, com os carros e motos o espaço da via pública. Assim quando ocorre um acidente essa vulnerabilidade nos torna as primeiras vítimas, ou as vítimas que sofrem as lesões mais graves.
Sugeri para o Chico (por telefone) que se fizesse uma campanha envolvendo, além dessas ações da Gigante Bike, o poder público através da Secretaria da Mobilidade Urbana e dos vereadores (em especial o Rafael Bortolussi - sobrinho do Chico) e através de outros vereadores que eventualmente o pessoal do Pedal na Noite conheça. Acredito com a liderança do Chico e do Xyko, e os contatos que tem na sociedade possamos fazer uma campanha legal e de alto valor social.
Outro segmento que poderia ser envolvido é a ACISA, para que providenciem lugares adequados para deixar as bicicletas em segurança tanto dos funcionários quanto dos clientes.
Na campanha pela segurança podemos também usar o apelo ecológico e de mobilidade como mostra o adesivo: uma bicicleta a mais um carro a menos e os ônibus menos entulhados de pessoas.
Uma estratégia seria mostrar ao poder público (e à ACISA) que muitas das nossas avenidas e ruas são largas o suficiente para comportar uma ciclovia. Talvez não se consiga uma ciclovia na Av Brasil ou Presidente Vargas mas elas podem ser planejadas para outras vias.
Outra estratégia poderia ser mostrar o relevo da área central e arredores. Temos alguns vales, com algumas subidas íngremes, porém boa parte das ruas da cidade está numa altitude que varia poucos metros. Temos como mapear isso através do Google que alguns colegas dominam tão bem.
Quem sabe, com essa campanha da Gigante Bike e do Pedal na Noite nós consigamos atingir as pessoas fazendo com que elas se respeitem quem usa a bicicleta, sejam eles ciclistas ou bicicleteiros.
Abraços,
Lorenzini

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Prazer em Pedalar adiado por sessenta dias


Muitas vezes temos que parar de fazer o que se mais gosta dando prioridade para a saúde.
Tendo em vista essa parada obrigatória, fiz o Audax de 200 km em Porto Alegre. Pensei, bom vou tomar um "fartão" de selim e assim não vou sentir muita saudade. Ledo engano, passado uma semana do Audax, sempre que sobrava um tempo, já estava pedalando.
Agora já se passaram dezoito dias e a saudade está batendo forte, em especial dos sábados à tarde.
Como já escrevi em postagens anteriores, descobri uma turma muito legal no pedal do sábado. Além dos passeios tradicionais, com alguns já fizemos algumas aventuras que relembro com muita saudade. O oito do pulador, os Caminhos de Pedra e da Colônia, o Vale Europeu, a ida a Ibiaçá, a volta Nicolau-Vergueiro-Ernestina-Pulador-Passo Fundo, a "Rota do Salame" e outras mais "curtas".
Quando fui incentivado pelo Alexandre Higushi a comprar uma bicicleta boa, não imaginava o quanto gostaria desse novo hobby. Ao acompanhar a turma no primeiro passeio cheguei moído em casa (outras vezes também), em outros passeios tombos ocorreram (um bem feio) mas já tinha pego o gosto pelas pedaladas e nada disso me fez desistir.


 Valeu Europeu com a turma do Ceará

 Cascata do Rio do Zinco



Cascata dos Colussi
Andamos por lugares lindos, respirando ar puro (algumas vezes encontramos a máquina passando inseticida, mas vá lá, era da época), passamos por desafios principalmente chuva + barro + frio + noite, longas conversas. Trabalho em lugares que vocês não tem a mínima noção do que está ocorrendo lá fora, se está chovendo, se tem sol, vento ou tempestade. Assim, andar de bicicleta por esses lugares me trouxe enorme prazer, fiquei viciado em endorfinas. 
É disso que sinto saudades.
Se o doutor me liberar volto antes, mas vai ser difícil passar a cantada nele.
Abraços a todos,
Lorenzini


sábado, 13 de novembro de 2010

Sábado - passeio via brizoleta e Roselândia, curto mas muito legal!

Neste sábado, dia 13 nos reunimos na Praça da Mãe para o tradicional passeio em grupo dos sábados.
Dia agradável, temperatura ao redor dos 30º, resolvemos dar uma volta mais curta. Alguns colegas tinham compromisso e assim fizemos a volta Praça - Santa Marta - Brizoleta - São Roque - Roselândia.
O César apareceu por lá à paisana (com cuia e tudo), pois com a cirurgia no pé deverá se afastar do pedal por uns trinta dias.
Foi um passeio bem leve com muitas paradas e muita conversa e com isso fizemos o percurso em uma hora e meia.
Cruzamos com o parente do Pinga e acho que ele ficou esperando na porteira (pela qual nós saímos no último passeio) para ver se iríamos passar por lá, mas seguimos reto.
Um dos colegas não passou muito bem numa subida e foi socorrido pelo Chico e outros companheiros (acho que foi falta de preparo físico) depois seguiu a turma numa boa.
Como sempre valeu pela companhia e pelo prazer em pedalar.
Abraços,
Lorenzini



Desse ponto da colina, acho que um dos mais altos pelos quais passamos, dava para enxergar Passo Fundo, a vista é muito bacana.
Rota do Passeio no Google Earth

Pedal do sábado e outros pedais - companheirismo e momentos agradáveis

Cachoeira dos Colussi
Quando voltei a pedalar (depois de quase 20 anos sem sentar numa bicicleta) a minha primeira experiência com a bike não foi das melhores. Com a bicicleta nova fui com o Alexandre Highushi para a trilha do "Bertol" não foi digamos a melhor experiência. Na estrada até lá tudo bem mas ao entrar na trilha embarrada e estreita me perdi e sofri meu primeiro tombo. Começou a chover e voltamos.
No sábado seguinte fui para a praça e me apresentei para a turma. Dia bonito, pedalamos o trajeto UPF - EFRICA, apesar do cansaço (e de um tombo) foi um ótimo passeio. E vem sendo assim desde então, outros passeios e mais alguns tombos que fizeram parte do aprendizado. Salvo compromissos inadiáveis pedalar com a turma no sábado é o meu programa.
Paralelo a isso andar de bicicleta passou a ser meu hobby. Troquei de bicicleta e recentemente por influência do Pinga estou usando uma bicicleta com suspensão completa bem mais confortável.
Além disso descobri o mundo do ciclismo. Até me interessar por esse assunto não havia me dado conta da abrangência dele. Encontrei centenas de sites, dezenas de lojas na internet e milhares de itens relacionados à bicicleta. Fiquei espantado com o preço de determinados componentes e mais ainda com o preço de alguns modelos de bicicleta. Mas o assunto dessa postagem não é o meu espanto com esse mundo das bikes, mas a minha satisfação de pedalar em grupo, em especial no sábado.
Trabalho, sob estresse, entre quatro paredes sem janelas para o mundo, muitas vezes sem saber o que está acontecendo aqui fora, se está chovendo, se tem sol. Assim, no pedal consigo arejar, respirar ar puro (e um pouco de poeira também). A conversa gira em torno da paisagem, das dificuldades da estrada, da bicicleta, das aventuras anteriores, nada de doenças ou cirurgias, conversa amena de quem gosta do ciclismo.
O cansaço físico é outro aspecto, a liberação de endorfinas e o prazer associado a elas são um fator positivo a mais. Aproveitar o passeio, por a prova o preparo físico e chegar ao destino, mesmo que cansado, não tem preço.
A evolução para trajetos mais longos e para o cicloturismo foi natural.
O passeio pelo Vale Europeu só não foi melhor porque tivemos um desencontro com o pessoal aqui de Passo Fundo. Mesmo assim curtimos e fizemos novos amigos (com os quais continuo a me corresponder por e-mail).
Nos passeios de sábado descobri no interior de Passo Fundo lugares que dificilmente teria conhecido se não fosse de bicicleta, belos lugares. O nosso interior esconde coxilhas, cerros com formatos bonitos e sensuais, paisagens bacanas, riachos e cascatas como a dos Colussi que conheci na volta da Rota das Salamarias (Foto acima).
Falar em rotas é digno de nota o desprendimento dos colegas que estudam, organizam e até testam as novas rotas. A Rota do Salame foi ótima, pois unimos o nosso prazer de pedalar com a convivência com nossos familiares o que para um domingo é tudo o que se deseja.
O passeio Passo Fundo - Nicolau Vergueiro - Encruzilhada Muller - Pulador - Passo Fundo também foi muito bom, até começar a chover e a escurecer. Mas, pela superação e persistência valeu a pena. Ainda mais depois de um bom banho, uma sopa de capeletti e um sofá maravilhoso.
Daqui a pouco, às 16 h, com esse dia maravilhoso de sol e temperatura agradável, estaremos reunidos na praça, faremos uma pequena votação e sairemos para mais um momento agradável que sempre é único.
Abraços e até daqui a pouco.
Lorenzini.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Audax 200 km em Porto Alegre - Lumbago, berma e solitário

 
Cartão de Rota Audax 200 Km - Porto Alegre - 02 de novembro de 2010
Turma:
Conforme postei dias atrás resolvi participar de Audax 200 km (estilo randonée), promovido pela Sociedade Audax de Ciclismo, na terça-feira passada, dia 02.
Gostei bastante da organização desse Audax. Na véspera tivemos a distribuição dos kits - passaporte, cartão de rota e vale refeição - e o briefing.
A distribuição foi no DC Navegantes, só não entregaram a placa e o selo do  Audax pois o colega (Udo Carlos Weissenstein de Vera Cruz) que confeccionou esses dois itens e estava vindo de bicicleta, de Vera Cruz ... Havia saído às 17 h com a promessa de chegar às 5 h a tempo de distribuir as placas para a largada no dia seguinte, pode?!?


Sirlei Ninki 
Diretora Geral da Prova
O briefing foi um luxo, no auditório do IPA (que tem um campus logo ao lado do DC Navegantes), com direito a projeção de eslaides, troca de experiências e respostas a diversas perguntas. É claro que nesse momento foi dado ênfase aos itens de segurança bem como dicas de como tornar o pedalar seguro. Estavam presentes a maioria dos ciclistas.
Inspeção feita, pronto para sair.
Na manhã de terça-feira bem cedinho, às 5:30 h, café tomado já estava no DC, fiz a inspeção e entrei num cercado onde aguardamos a largada.
Iniciamos o Audax exatamente às 6h e 30 min. Saímos pela entrada secundária do shopping, demos a volta ou redor dele até chegar à avenida que desemboca no sistema de viadutos e ponte do Guaíba. Tinhamos uma moto como batedor e até o posto da Polícia Rodoviária Federal todos deveríamos seguir atrás da moto e a partir dali estávamos liberados para seguir livres. Tão logo puderam os que estavam de speed tomaram a frente e sumiram.
Como não queria repetir a experiência do Audax anterior mantive um ritmo de aquecimento sem forçar muito. Apesar do vento frio (a temperatura estava ao redor dos 13 graus) consegui pedalar bem.
O primeiro Ponto de Apoio estava no Posto de Pedágio da Univias na BR 290 neste posto já era possível parar para se servir de uma água ou comer alguma coisa. Seguimos pela BR, com uma boa, larga e limpa berma. O movimento naquela hora da manhã era pequeno e pedalamos sem maiores percalços.
Os meus problemas começaram no quilômetro 50. Um lumbago que apareceu do lado esquerdo e logo logo passou para o direito (lembrei do Pinga) começou a me tirar o tesão. A dor nas costas não me largou mais, tentei de tudo, desde um Tylenol até subir e descer o selim e nada de melhorar. A solução foi ir parando de tempos em tempos, alongar e pedalar mais um pouco. Para unir o útil ao agradável tentei parar em lugares agradáveis, com sombra, ou em que a vista fosse bonita. Nessas alturas achei que a vaca ia pro brejo, como essas ai!

Após sair da BR 290 entramos na ERS 401 e em General Câmara na 244. Nas RS a berma passou a ser um verdadeiro acostamento. Muitos buracos, cascalho, vidro e outros detritos (sem falar nos inúmeros animais mortos - pássaros, cachorros, gambás) o que fez com que tivéssemos que pedalar na pista, sobre a linha branca mas na pista de rolamento (claro que o mais perto da berla possível). O movimento nessas estradas não era tão intenso e seguimos tranqüilos (claro que um ou outro motorista de caminhão fazia ver que estávamos numa rodovia).
Ponte sobre o Rio Jacuí
O trajeto Charqueadas, São Jerônimo e General Câmara é meio inóspito. Algumas florestas de eucaliptos, pastos ralos e degradados. Não é uma região bonita. Entre São Jerônimo e General Câmara o que achei muito legal foi o Rio Jacuí que ao que parece é um rio navegável. Passamos por uma ponte que permite a passagem de embarcações de grande porte.





Vistas do Rio Jacuí








O primeiro Posto de Controle (PC) estava localizado num Posto de Gasolina, em General Câmara, após 77 quilômetros rodados. Carimbei meu passaporte às 10 h e 24 min - quase quatro horas de pedal para fazer 77 km. Nesse PC parei um bom tempo, fiz mais alongamentos, recebi conselhos de alguns ciclistas, fiz os exercícios sugeridos e reiniciei a jornada.
Primeiro PC - Banana e água
Na altura do quilômetro 80 começamos a encontrar os speedeiros já de volta. Nessa altura o vento estava contra que ia e a favor de quem vinha assim, eles vinham que vinham ... nas descidas então ... Que inveja, nós subindo com vento contra e eles descendo com vento a favor.
Tente imprimir um ritmo um pouco mais forte nessa segunda perna do Audax, fui bem por um bom tempo, mas depois voltou tudo à situação anterior.
Restaurante do Parque de Pesca Panorama - PC 2 - 103 km
O segundo PC estava a 36 km do primeiro num restaurante de um Pesque e Pague no quilômetro 103 do Audax. Cheguei lá às 11 h e 59 min carimbei meu passaporte e entrei na fila para o almoço. O almoço era um prato de massa com ou molho de frango ou de carne (para os vegetarianos massa + queijo). A fila estava  longa, dei uma olhada na cozinha e desisti. Comi minhas barrinhas e tomei meus energéticos. Deitei um tempo no gramado, alonguei, fiz novos exercícios e uns 20 minutos depois voltei para a estrada.
Dai em diante fui contando os quilômetros que faltavam tipo: só faltam 100, só faltam 92, só faltam 80 tamanha era a vontade de terminar o Audax. Era um prazer rever os locais por onde tinha passado.

O terceiro PC estava no Postaço, em Charqueadas, no quilômetro 153. Lá carimbei meu passaporte as 14 h e 40 min. No briefing Charqueadas mereceu observações especiais. Tanto pelo presídio de Segurança Máxima (ou mínima) quanto pelo semi-aberto onde os hóspedes saem para furtar durante o dia e dormem em segurança à noite. Dessa forma fomos orientados para passar pelos arredores de Charqueadas e pela zona urbana sempre em grupos.
No Postaço PC 3 - já meio acabadaço
De Charqueadas seguimos para o DC Navegantes chegando à BR 290 o movimento já estava bastante intenso com a volta do feriadão. O interessante é que o movimento de carros e caminhões era pesado nos dois sentidos. Como sempre passar sobre as pontes do Lago Guaíba é uma aventura. As duas primeiras pontes tem um bom acostamento e não foi difícil transitar por ali. Agora pedalar pela ponte elevadiça é um desafio e a coisa ficou mais encandiocada na hora do trevo. Para seguir reto em direção à Av. Sertório desci da bike, subi na calçada da ponte, aguardei o momento adequado e atravessei carregando a bike. Dizem que ciclista que é bom não desce da bicicleta, mas com aquele movimento e aqueles motoristas educados (parecia que todos tinham um compromisso inadiável) resolvi não arriscar.
Chequei no DC e carimbei meu passaporte às 17 h e 43 min, com 206 km rodados. Sentei no banco da praça e comemorei. Sozinho mas comemorei com uma Coca Cola bem gelada.
O primeiro Audax a gente não esquece e assim senti falta daquele grupo para comemorar. Fazer uma prova dessas sozinho não é nada legal! A parceria, o incentivo, o fato de enxergar, nem que de vez em quando, uma cara conhecida faz muita diferença.
Talvez esse tenha sido meu último Audax! Talvez! Mas que cansei cansei! E a dor nas costas só foi passar depois do banho (bastante água quente) e deitado no sofá!
Recebendo o Certificado no final da prova.
Foto da Comissão Organizadora
Números do meu Garmin:
Distância 205,35 km, feitos em 9 h e 35 min de pedal e selim com uma média de 21,4 km/h. A velocidade máxima atingida foi de 55 km/h (na volta, descendo e com vento a favor) com 781 m de subida e 780 m de descida sendo a altitude maior foi de 99 m. Queimei umas 2835 kcal.
Os tempos oficiais e a planilha já estão disponíveis no blog da Sociedade Audax.

Algumas cenas diferentes:
O cara com uma bicicleta de dois andares:

A  dupla de tanden:
Essa dupla participou de tanden. 
No Audax passado ela participou sozinha conduzindo a bicicleta com uma mão só.
A bicicleta tinha todos os comando à direita.
Maiores informações e fotos no Blog da Sociedade Audax.e no Picasa.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Audax 200 km - Porto Alegre dia 02 de novembro de 2010

Para concorrer com o passeio do Sandro a Sociedade Audax marcou os 200 km de Porto Alegre para o dia 02 de novembro. Essa é a primeira prova, já válida pelo calendário de 2011, para conseguir o brevet para provas mais longas.
Deverei participar desse Audax pois o próximo marcado para o final de novembro (Santa Cruz) coincide com o Congresso Brasileiro de Anestesiologia que será realizado em Porto Alegre.
Como já registrei em postagens anteriores fiz algumas modificações na Specialized Epic. As rodas agora são aro 700 com pneus 28. Houve a necessidade de fazer um pequeno ajuste no freio a disco traseiro que já está funcionando bem.
O percurso é um pouco diferente daquele que participei no início do ano (promovido pelo Audax Clube). Esse também sai do DC Navegantes, percorre uma distância na BR 292 e depois segue por estradas estaduais (RS 401 e 224). Acredito que o trajeto pela manhã e início da tarde seja tranqüilo, com pouco movimento de carros, estou preocupado com o percurso após às 15 h pois é volta de feriadão. Mas se tudo der certo já estarei por perto de Porto Alegre.
Diferente, também, do anterior  a retirada do material será à 19 h e o briefing às 20 h de segunda-feira. Após o pessoal está convidado para jantar lá no DC Navegantes (cada um por si). Na terça-feira a vistoria inicia as 5 h e a largada será às 6 h.
Quem quiser participar ainda dá tempo. Maiores informações poderão ser obtidas no Blog da Sociedade Audax.
Cartão da Rota - Audax 200 km Porto Alegre
Olhando as inscrições não encontrei outros ciclistas aqui do Passo Fundo. Temo que será uma prova solitária.
No Audax passado consegui completar em 10 h e 30 min com a minha Scott aro 26 e pneu liso. Vamos ver em quanto tempo vou conseguir fazer com a Specialized Epic FS com o sistema Brain, rodas aro 700 e pneus 28 (mantive a mesma relação de marchas que uso nos nossos passeios - não quis trocar para speed). Espero em primeiro lugar, concluir a prova e se for possível baixar o tempo.
Até a volta, com as estórias da prova.
Abraços,
Lorenzini

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Peculiaridades do Passeio da Rota das Salamarias

Na postagem anterior descrevi o passeio mas faltaram algumas peculiaridades.

  • O Eduardo Fabiani espalhou a notícia de que o almoço era típico italiano. Não deu outra a famiglia compareceu em peso, mãe, cunhados, tios, agregados em geral. Pelo jeito alugaram uma van (se não me engano tinha uma três mesas só de Fabianis e agregados).
  • O Ivan, para quem cantamos os parabéns, foi outro que levou os Sciesseres em peso havia uma mesa inteira. Para não fazer feio com a família voltou pedalando ...
  • A Dani Bertol estava de aniversário naquele dia e também recebeu os parabéns da turma.
  • O Sr.Valdir Câmera ficou impressionado com a turma chegando de bicicleta. Os que iam chegando iam dando bom dia e ele disse: "chegam e ainda tem folego para dizer bom dia" ...
  • Teve gente que ia voltar pedalando mas uma graspa aqui, outra ali, conseguiram colocar a bicicleta no carro de um e voltar de carona com outro ...
  • Para quem se propos voltar direto,  paramos em quase todas as comunidades. Só não paramos em São Roque porque não tinha pastéis.
Abraços,
Lorenzini

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Viva a Rota das Salamarias! De bicicleta chegamos, almoçamos e voltamos.

Família Câmera Ristorante
Neste domingo 35 ciclistas estavam reunidos na Praça da Mãe para pedalar até a Rota das Salamarias em Marau (vulgo Rota do Salame). As famílias seguiriam mais tarde de carros e nos encontraríamos no Família Câmera Ristorante e Salamaria (foto acima) para almoçar. 
Em primeiro lugar gostaria de agradecer ao César Augusto (que teve a idéia e foi testar a comida antes), ao Xyko (olha o poder que o Blog Pedal na Noite tem para agregar!), ao Igor e ao Sandro (que fizeram o percurso dias antes) e ao Chico e Juliano que além de coletaram a grana fazem  com que o ambiente da Gigante Bike se torne a sala de discussões e tomada de decisões dos passeios e pedaladas (tomara ele não tenha esquecido de pagar a conta ...). Além disso, o Igor foi ótimo nas orientações e soube conduzir o grupo - não houve erradas nem atalhos. Graças ao empenho desses colegas fizemos um passeio muito, mas muito bacana mesmo!
A Rota das Salamarias  explora a mais antiga atividade industrial de Marau, cidade gaúcha de 40 mil habitantes situada na zona de transição entre a serra e o Planalto, bem onde rareiam os parreirais e prospera a triticultura. Mas Marau tem uma tradição na suinoclutura e sua na industrialização (Frigorífico Borella). O principal ponto de referência desse ex-distrito de Passo Fundo (emancipado em 1954) é a chaminé da Borella, a mais antiga salamaria do norte do Rio Grande do Sul, fundada em 1923. Hoje, pertencente à Perdigão – a velha marca continua viva no mercado de embutidos. Tem consumidores até na Itália. Salame, Borella e Marau são quase sinônimos. Foi numa vila perto daqui que o lendário Attilio Fontana veio buscar o primeiro salameiro da Sadia, fundada em Concórdia, SC, no final da Segunda Guerra Mundial. A Rota das Salamarias começou há dois anos, tem uma dezena de parceiros ativos (e seis candidatos na fila de espera) em três bairros rurais ligados por 13 quilômetros de caminhos de terra (em ótimo estado de conservação). O ponto mais saliente da rota é o “ristorante” dos Câmera, donos de 26 hectares, a três quilômetros de Marau. Liderada por Valdir Camera, 55 anos, a família de nove pessoas cuida sozinha de um matadouro de porcos, de uma fábrica de embutidos e do restaurante. O modelo operacional foi criado por Aline Camera, a primogênita da família, recém-formada em administração de empresas na UPF. Com a ajuda de um consultor e da mãe, Neuza, ela montou também o cardápio – só “comida da nonna”, num total de 18 itens, começando por sopa de capeletti e terminando com chá de macela, café ou grapa. A 18 reais por cabeça, o restaurante daria lucro com 400 refeições mensais. Operando desde novembro de 2009, nunca recebeu menos de 650 pessoas por mês. Falta pouco para terminar de pagar a imponente obra do restaurante, no qual foram aplicados mais de 200 mil reais. Réplica da primitiva moradia familiar, em pedra e madeira, o sobradão tem 483 metros quadrados. Resumindo então a Rota das Salamarias é formada por 12 pequenas propriedades rurais dispostas num trajeto de 13 km, abrangendo as Comunidades de Nossa Senhora do Carmo, São Luís da Mortandade e Sede Independência/Taquari, cada uma com especialidade em um produto colonial. Conta com uma peculiar beleza natural, com centenárias araucárias, pequenos riachos e jardins, mostrando assim o dia-a-dia do produtor rural.

O César Augusto fez o briefing do passeio, falou, em cima do banco da praça (parece que emocionou o Presidente do Pedal na Noite), sobre a rota, as regras (agrupar de tempos em tempos), os percalços nas estradas (carros principalmente) e as medidas de seguranças habituais. Após essa palestra sobre bons costumes no cicloturismo saímos com uma tolerância de 15 minutos iniciando nossa jornada. Tivemos o luxo de termos dois carros de apoio a Iti (esposa do Pinga), a Magda (esposa do Eduardo) e a irmã que nos acompanharam o tempo todo. Baita mordomia, água gelada, frutas e principalmente apoio psicológico, além das fotos e filmagens é claro.
Pela Av. Brasil, bem tranqüila aquela hora da manhã, fomos em direção ao Boqueirão e à Santa Marta e sua famosa descida. Estava bonito de ver toda aquela turma descendo.
Fomos em direção aos três cerros (que na verdade são dois) sobre os quais já escrevemos em postagem anterior.



Nesse percurso paramos num entroncamento na Capela N.Sra. das Graças para reagrupar, para uma sessão de fotos e para que todos seguissem pelo mesmo caminho ...


Seguimos então, em direção aos três cerros passamos ao lado dos morros com seu formato peculiar e pedalamos até a Gruta de N.Sra. de Lourdes. 
Gruta N.Sra. de Lourdes

Encontramos ai um lugar aprazível, com banheiros (limpos), churrasqueiras, mesas e bancos. Tudo bem preservados pelo pessoal da comunidade. Paramos para reunir toda a turma e é claro mais fotos. Aproveitamos para usufruir do banheiro (parece que tem gente que não pode ver um banheiro que já se escala!!!).


Recarregamos as caramanholas com água fresquinha e seguimos viagem. Após descidas e muitas subidas paramos em São Caetano  para novo reagrupamento e nova sessão de fotos.





Dali partimos para o Ristorante Câmera sem novas paradas. Chegamos lá antes do horário previsto e ficamos confraternizando até a hora do almoço.






As famílias já estavam chegando e no final estávamos em 84 pessoas almoçando. Dizem as más línguas que 34 dos presentes eram familiares do Eduado Fabiani. Segundo ele  ouviram falar de polenta, salame, queijo e vinho e já se escalaram...
O almoço estava uma delícia e deve ter agradado a todos. Para mim a comida estava ótima, tive que me cuidar para não exagerar, pois iria voltar pedalando. Mas já me prometi, vou voltar lá com a Iolanda dirigindo na volta!
Após o almoço o pessoal passou para o lado de fora da cantina. Sombra e um gramado legal (que deverá ser melhorado, segundo o Sr. Valdir Câmera) propiciaram momentos de descontração e descanso.
Teve gente que gostou tanto do descanso que desistiu de voltar pedalando. Uns falaram que comeram demais, outros que queriam voltar logo para acompanhar a jornada esportiva, etc, etc ..
Voltamos então em 21 ciclistas


A volta
Poderíamos ter aguardado um pouco mais no Ristorante, porém a vontade de pedalar falou mais forte e ai pelas duas e meia (13:30 h no horário normal) saímos em direção à Passo Fundo. Pegamos um sol forte que deixou vermelho feito um pimentão quem não passou protetor solar dos bons.
Do Ristorante seguimos uns 5 km pela mesma estrada que chegamos e nesse ponto, ao invés de ir pela estrada da esquerda, tomamos à da direita voltando por um percurso diferente menos íngreme e mais bonito.
Lá pelas tantas surgiu a idéia de parar numa cachoeira. Essa cachoeira fica numa propriedade abandonada cuja casa está lá aberta e se deteriorando e pertencia à Família Colussi.
Vejam as fotos da Cachoeira dos Colussi e tirem suas conclusões.
















Alguns colegas resolveram por os pés já cansados na água fria e agradável. Foi um santo remédio.
Dali seguimos para a Capela São José, onde houve uma nova parada para uma rodada de água mineral e refrigerantes.
Passamos por São Roque e nos reunimos na Roselândia em baixo da araucária o tradicional ponto de encontro.
Da Roselândia cada um seguiu seu destino. Eu voltei pela perimetral e cheguei em casa pelo Bosque Lucas Araújo.
Passeio maravilhoso, sem percalços, pneus furados, mau humor. Só alegria! Alegria de: poder pedalar, estar com os amigos, ter batido um papo legal, ter almoçado bem e com gosto, ter passado por lugar lindos e de estar pronto para outra.
Abraços a todos e, mais uma vez muito obrigado aos colegas que organizaram esse passeio por ter nos propiciado um dia tão bacana, tão legal.
Lorenzini
P.S. 1: Maiores informações, fotos e filmagens podem ser encontradas no Blog Pedal na Noite.
P.S. 2: Dados do meu GPS: 72,91 km em 5:00 h de pedal, com uma média de 14,6 km/h, a veloxidade máxima atingida foi de 51,5 km/h, consumi 1697 Kcal (boa parte delas repostas no almoço). O total de subidas foi de 1267 e de descidas 1258.