Revendo algumas resenhas de clássicos do cinema no livro que ganhei de Natal das minhas filhas: "1001 filmes para ver antes de morrer", Editoria Geral de Steven Jay Schneider, tradução de Carlos Irineu da Costa e publicado em 2008 pela Sextante, Rio de Janeiro. É um livro que reúne uma resenha dos clássicos do cinema. Apesar de não concordar com a escolha de alguns filmes é uma excelente leitura.
Ladri de Biciclette foi um filme dirigido em 1948, por Vittorio De Sica, que assisti nos anos 70, num cinema na Rua da Praia onde passavam só clássicos (na realidade filmes antigos ou velhos). Redundante dizer que o cinema não existe mais (deve ser uma igreja evangélica, um estacionamento ou já foi demolido para dar lugar a um prédio de escritórios).
Ladri de Biciclette foi um filme dirigido em 1948, por Vittorio De Sica, que assisti nos anos 70, num cinema na Rua da Praia onde passavam só clássicos (na realidade filmes antigos ou velhos). Redundante dizer que o cinema não existe mais (deve ser uma igreja evangélica, um estacionamento ou já foi demolido para dar lugar a um prédio de escritórios).
Esse filme mostra a importância da bicicleta para aquela família no pós-guerra italiano e também as desigualdades sociais que marcaram aquela época.
Antonio (no filme vivido por Lamberto Maggiorani) um desempregado na Roma do pós-guerra, consegue um emprego de colador de cartazes de cinema depois que sua mulher penhora as roupas de cama da família para tirar a bicicleta do prego. Porém, assim que ele começa a trabalhar, a bicicleta é roubada. Com Bruno, seu filho pequeno a reboque, ele cruza a cidade tentando recuperá-la, deparando-se no cominho com vários aspectos da sociedade romana, incluindo algumas das mais agudas diferenças sociais.
Ladri di Biciclette ainda que assinado por De Sica é produto de um coletivo, por um lado o elenco constituído fundamentalmente por atores não profissionais, depois ainda o argumento de Cesare Zavattini, Oreste Biancoli, Suso d’Amico, do próprio De Sica, de Adolfo Franci, e de Gerardo Guerrieri a partir da obra homônima de Luigi Bartolini. A emoção triste que a fotografia de Carlo Montuori transmite acompanha o desespero dos personagens que nos contagia também. O filme foi nomeado para o Oscar de Melhor Argumento, que não recebeu, tendo ganho Prêmio Honorário de Melhor Filme Estrangeiro de 1949. Além disso a obra recebeu inúmeras distinções e agradou a um público não necessariamente simpático aos ideais de esquerda.Foi um dos filmes mais premiados até então, com seu elenco formado atores não profissionais.
Considerado um filme comunista, não foi visto assim nos Estados Unidos à época, ironicamente a única censura que teve foi por que o garoto aparece urinando na rua.
Ladri de biciclette (cujo trailer está disponível no link ou no Youtube) contém o que talvez seja a maior representação do relacionamento entre pai e filho da história do cinema, repleto de oscilações e gradações progressivas em termos de respeito e confiança entre dois personagens.
O papel da bicicleta neste filme é o de ser o fio condutor para expor a relação pai e filho e também as grande diferenças sociais que uma guerra produz. Apenas três anos após o término da guerra a Itália seu povo poderia ser dividido entre os que padeceram na guerra (e agora estão pobres e precisam desesperadamente trabalhar) e aqueles que não sofreram com a guerra, pelo contrário enriqueceram com ela. Pois como dizem os especuladores: quando há sangue nas ruas é o momento propício para ganhar dinheiro.
Abraços,Lorenzini
Deve ser um bom filme, vou dar uma procurada nas locadoras, se não encontrar por aqui, tem o DVD novo no Mercado Livre por 20,oo já com o frete.
ResponderExcluirAbraço.