De Nicolau Vergueiro à Passo Fundo
com chuva e frio!
Trajeto feito - 85 km em 6 h e 22 min (pelo menos é o que marcava o Cateye)
Essas conquistas vão animando a gente.
Dias atrás me convidaram para participar de uma pedalada que incluiria: Passo Fundo - Nicolau Vergueiro - balsa - Ernestina - Encruzilhada Muller - Pulador - Passo Fundo. Maravilhoso, seriam quase 100 km de um passeio bonito e em excelente companhia. Topei.
Como sábado pela manhã tinha uma anestesia programada, combinei que nos encontraríamos na balsa. Eles sairiam às 7 h de Passo Fundo e a Iolanda me levou de carro até a balsa. Na ida até a balsa, já começaram alguns pingos d'agua e a Iolanda perguntando: "Tu vais mesmo nessa empreitada?" Desconversando disse que eram só uma garoa e que logo passaria (o céu está cinza já mais para o escuro). Mas enfim consegui que me deixasse na balsa e de lá fui até Nicolau Vergueiro para encontra o Cesar, o Sandro e o Miguel.
Da balsa até Nicolau Vergueiro são 10 k de uma estrada ótima. Cheguei rapidinho em Nicolau e fui até a entrada de Passo Fundo onde aguardei o pessoal (uns 30 min). Para depois, juntos irmos até Ernestina e de lá a Encruzilhada Muller, Puladorn e Passo Fundo. Veja a figura da rota.
De lá fomos para Ernestina fazer um lanche no Posto Ipiranga. Enquanto lanchávamos caiu um "pé dágua". Aguardamos passar a chuva e retomamos a nossa jornada em direção à Encruzilhada Muller. No início o trecho foi bem tranqüilo. Apesar do chuvisqueiro a estrada estava bem transitável, úmida mas firma. Acho que andamos num bom ritmo durante umas 2 horas.
O Cesar com os pontos anotados no mapa e as coordenadas retiradas do Google Earth, nos salvou em diversas ocasiões, pois muitas eram as encruzilhadas.
Viemos vindo. Ai começou a chover realmente. Chuva e frio. Os agasalhos e a capa de chuva já não adiantavam para nada. Apesar da capa de chuva a água foi molhando as roupas e esfriando.
As luvas normais, isto é, cobrindo todos os dedos, estavam molhadas e os dedos literalmente congelando.
Estava ficando muito frio.
A botina ainda ajudava o pé ainda estava aquecido. Mas à medida que a água ia escorrendo pela perna ia encharcando as meias e esfriando os pés. Que frio. Dizem que enquanto os pé estão aquecidos não há problema. Realmente o desconforto maior começou quando os dedos do pé começaram a gelar.
Estava ficando mais frio.
O barro e a estrada (patrolada recentemente dificultavam a locomoção) o Sandro insistia em lubrificar minha correia a cada meia hora (o que agradeci e muito).
A estrada foi ficando pesada, as marchas já não trocavam, os freios começaram a "pegar" e até para se manter na trilha mais firme da estrada estava difícil.
Nenhum tombo, mas as coisas iam ficando mais difíceis.
Às cinco da tarde já tivemos que ligar os faróis, para sinalização e também porque a luminosidade já estava diminuindo. Às seis estávamos na dependência total dos nossos faróis.
Não se visualizava nada, chuva, barro, estrada ruim (não conseguíamos uma via firma era só barro), e frio.
E de-lhe pedalar e os quilômetros não passavam. E o Sandro dizia, já estamos em casa, só mais vinte quilômetros. Vinte quilômetros!!! Naquela velocidade levaríamos uma três horas.
Avistamos a Encruzilhada Muller o que nos deu um alento.
Ao chegar a Pulador já era noite e só reconheci o cemitério. Ai pensei comigo mesmo: "só estamos no cemitério, faltam horrores de quilômetros até chegarmos ao Centro". O Sandro optou por voltar pelo caminho de cima. Lembrei do Xyco e para passar a estrada de ferro, desci da bicicleta e andei uns bons metros a pé.
O frio já penetrava nos ossos, os dedos da mão doíam e os dos pé estavam adormecidos. E estava frio!
Bom pensei, daqui até a cidade é um pulinho. Fazemos isso todas as semanas.
Que pulinho!!! Chuva, escuro, barro, marchas que não obedeciam o comando, pernas doendo e frio. Juro, foi o final de percurso mais difícil em todas essas aventuras (poucas) que já fiz.
Nas decidas tinha que andar devagar pois constantemente a bicicleta "rabeava" nas subidas não havia Cristo que fazia a bicicleta andar mais rápido (pelo barro, pela falta de forças e principalmente porque não se enxergava nada (isso com dois bons faróis).
Quando vi as luzes da cidade me animei. Pois já havia pensado em desistir, parar num canto e pedir socorro (Iolanda, vem me buscar que a coisa tá feia).
Mas aos poucos fomos chegando mais perto. A subidinha da Igreja de São Francisco estava mais íngreme que o normal ...
No posto Latina, parei para tomar um café com leite. O dono disse: "para fazer essas aventura - pedalar na chuva e com frio - só aposentado". Fiquei puto da cara! Expliquei para ele o nosso percurso e acho que ele ficou com outra impressão (talvez de mais respeito).
Dai em diante foi fácil. Ainda passei numa farmácia pra comprar um antiinflamatório. Fui atendido na porta da farmácia, imagina entrar na farmácia do jeito em que me encontrava (barro até nos óculos).
Chequei em casa às 19:30 h sob uma chuva de recriminações. Já não bastasse a água da chuva ainda levei uma aguada daquelas.
Olhando para trás, dá para ver que foi uma bela aventura com desafios que até aquele dia não havia enfrentado. Porém não contem comigo tão logo para sair no frio e na chuva.
No meu odômetro foram 85 kg em 6 h e 22 min.
Abraços,
Lorenzini
P.S.: O Cesar e o Miguel vieram em dupla um pouco mais devagar, talvez pela experiência. Eu é que queria chegar logo! Já estava tarde e contava certamente com a regada final.
E ai da bike!?
ResponderExcluirPostei o vídeo da aventura de sábado;
http://videolog.uol.com.br/Kusma/videos/562959
Abraço.