segunda-feira, 15 de março de 2010

Audax 200 Porto Alegre - A prova

domingo (14 de março de 2010) começou cedo, despertar às 4 h e 15 min, pois, além de tomar um bom café da manhã, as orientações diziam para estar no DC Navegantes às 5 h. Espero que o ditado "Quem cedo madruga, Deus ajuda" tenha certa procedência (sou mais o que o Millor diz "Quem cedo madruga ... passa o dia com sono").
Cinco horas da manhã e estávamos no DC Navegantes, porém, ninguém havia informado que deveríamos chegar pela entrada de serviço. Fomos pela entrada principal, onde estavam outros ciclistas, e aí sim pergunta daqui, pergunta dali, ficamos sabendo que o pessoal estava entrando no estacionamento pela rua que passa atrás do shoping.
Com a ajuda da Iolanda montei a bicicleta e fui retirar meu kit para a prova: passaporte, mapa, placa com o número, camiseta do Clube Audax tudo num envelope plástico (achei estranho não darem o chip que identificaria cada participante). Às 5 h e 20 min estava com tudo pronto para a prova. 


Encontrei o pessoal de Passo Fundo (Xyco, Lorenzini, Rudi, Rita, Igor e Callegari - na foto tirada pela Iolanda com a máquina do Xyko), o Xyko lubrificando a bike e dando os retoques finais na sua speed.

Já impacientes ficamos conversando e aguardando o breefing.

As instruções começaram a ser dadas às 6 h (olha eu ai prestando atenção nas instruções - momento registrado pelo Xyco), com muitos participantes reclamando do horário. Ao fundo ouviu-se um estouro de pneu, começou bem o colega ...
Em seguida o Diretor da Prova e o pessoal do Clube Audax fizeram a vistoria nas bicicletas com ênfase nos equipamentos de segurança. Notei que apesar das instruções prévias (site e folhetos) alguns dos ciclistas não estavam com todos os itens solicitados (alguns participaram mesmo assim). 

Fomos então orientados para nos dirigirmos ao portão principal de onde seria dada a largada.
Às 6 h e 27 min o portão foi aberto, foi dada a largada (começou a contar o tempo) e seguimos os carros da equipe organizadora para atravessar as pontes do Guaíba em segurança.
Ao passar as pontes os grupos já foram se definindo, o pessoal com as speed e bom preparo físico tomaram a ponta e se foram. Eu acabei permanecendo no último grupo que ia num ritmo mais lento.

Primeiros 50 km: iniciei bem a prova, sem muito vento, com a bicicleta respondendo bem à troca de marchas, num terreno relativamente plano fiz uma média de 24,8 km/h. Com o pessoal passando fui me entusiasmando e pedalando firme. Pagaria por isso mais tarde. Ao chegar ao PC notei que nem todos os ciclistas iam até o ponto de retorno (que ficava à 1 km do PC) e entravam direto para o estacionamento do Restaurante Kolyna. No PC fui ao banheiro, comi uma banana, fiquei conversando com os colegas e só então me lembrei de carimbar o passaporte (coisa que deveria ter feito logo na chegada). Estava me sentindo bem e contente por estar participando desse desafio. Depois de carimbar o passaporte re-iniciei minha jornada. Nesse percurso pela BR 290 existe uma reta de 19 km, dá para imaginar a velocidade com que os carros passavam por nós (calculei, por baixo, um 140 km/h) e com isso o vento deslocado .

Da BR 290 - Km 53, 8 à BR 116 - Km 93,3: logo na saída uma dor no tendão de Aquiles esquerdo começou a me incomodar, também doía o segundo dedo do pé direito. Como não havia trauma atribuí ao esforço repetitivo e diminui um pouco o ritmo da pedalada. Só me faltava que a idade do Condor (com dor aqui, com dor ali) estivesse se manifestando. Pedalei num ritmo bom com uma velocidade um pouco menor, mas a estrada era boa e fui ganhando terreno. No entroncamento da BR 290 e da BR 116, olhei para o mapa, li as placas de sinalização e fiquei confuso. Nisso a Rita e o Rudi já estavam chegando e me deram a indicação correta, seguir à esquerda pela BR 116. Ao entrar na 116 percebi um aumento do movimento de carros e caminhões (não sei se pela BR ou já pelo horário). No km 93,3 entrei no posto de gasolina meio que por instinto pois não havia nenhuma placa indicando que ali era o PC, depois avistei, em frente ao restaurante, um grupo de participantes do Audax. Dessa vez a primeira coisa que fiz foi carimbar o passaporte. Bananas ingeridas, água tomada, energético goela abaixo iniciei a terceira etapa dessa aventura. Aqui cometi o meu segundo erro (o primeiro foi manter uma média muito alta nos primeiros 50 km): não descansei o suficiente. Deveria ter ficado mais tempo no PC, conversando mais, espraiando e descansando.

Da BR 116 - Km 93,3 ao Km 134 (Casa das Cucas): saí pedalando na boa sem forçar muito, e aos poucos fui aumentado o ritmo (mais um erro de estratégia). Nesse trecho um vento atravessado começou a se tornar irritante. Tudo irrita quando se começa a cansar. De pitoresco ocorreram duas coisas. Um ciclista "dos locais" discretamente embriagado começou a me acompanhar e trocar idéias sobre bicicletas e suas marchas. Pedalamos juntos por uns dois quilômetros quando ele então chegou ao seu destino (um bar na beira da estrada que dava medo só de olhar). O segundo foi que encontrei um colega do Audax numa velocidade de mais ou menos 5 a 6 km por hora, pedalando, olhando a paisagem, não estava nem ai para o resto do pessoal que vinha passando. Pensei, esse veio para passear. No km 170 da prova ele me ultrapassou e só fui revê-lo no DC Navegantes - quem manda gastar mais da metade da energia antes da metade da prova ... Chegando ao PC, desci da bike e quase sem conseguir caminhar fui carimbar o meu passaporte. Sentei no cordão para recuperar as pernas, e encontrei a Rita e Rudi no restaurante fazendo um lanche. Resolvi comer uma barra de proteína, tomar um energético, beber o Gatorade (que era grátis), comer uma banana e tocar a jornada. Outro erro de estratégia pelo qual pagaria mais adiante.

Da BR 116 - KM 134 até o DC Navegantes: última etapa dessa aventura. Dei tchau para a Rita e o Rudi e fui pedalando. O interessante é que, com exceção do primeiro PC não encontrei mais os outros amigos de Passo Fundo (só a Rita e o Rudi). A idade do Condor começo a pegar feio. Voltaram as dores que haviam sido acalmadas com um paracetamol) e o cansaço começou a se manifestar. Fui pedalando num ritmo bem mais lento. Mesmo assim a cada subida, mesmo que leve, era um suplício. Como o vento não estava favorável não conseguia ganhar velocidade nas decidas, tinha que pedalar (em marcha leve porém pedalar) para manter uma certa velocidade. Nessa fase comecei a duvidar que conseguiria terminar a prova (mesmo dentro das 13 h). Durante um tempo pedalei com um colega de Maratá e com parceria sempre é melhor (um anima o outro). Quem veio chegando foram a Rita e o Rudi, nos alcançaram numa pequena subida e o colega resolveu acompanhá-los pois eu estava diminuindo muito a velocidade.

No Km 170 da prova chegando no topo de uma coxilha o índio velho arriou. Na porteira de uma fazenda encontrei um lugar para sentar e lá fiquei. Bati foto de uma lagoa (a primeira foto em toda a prova), fiquei sentado pensando na vida. Muitos que eu havia ultrapassado já estavam passando por ali. Sentado pensei: "bom agora chega, vou chamar por socorro (a Iolanda é claro já estava de prontidão)". Tomei um pouco de água, um energético e um pouco de isotônico da caramalhola. Descansado o ânimo começou a voltar. Disse para mim mesmo quem fez 170 faz 180 km. Daqui a dez quilômetros vou parar novamente. E assim foi.

No km 180 (do meu odômetro) já no posto de pedágio, parei mais cinco minutos, mais água, mais isotônico e mais energético. Ao reiniciar a minha pedalada apareceu uma placa dizendo que Porto Alegre estaria a 12 km dali. Bom pensei, quem chegou até aqui não vai se michar por 12 km. Retomei as pedaladas num ritmo beeeeeemm mais lento e fui passando pela primeira e pela segunda ponte do Guaíba. Restava a ponte elevadiça e a chegada no DC. Essa travessia para mim foi a mais perigosa. A Ponte Getúlio Vargas não dispõe de acostamento os carros não respeitam e ainda temos que trocar de pista três vezes. Essa parte foi very trash.

Chegada no DC Navegantes: ao redor das 16 h e 30 min cheguei no PC final. Fui recepcionado pela Iolanda e pelo pessoal de Passo Fundo com vivas e parabéns. A Iolanda estava lá fez uma festa e nos abraçamos, sabe como é corpo suado ... Carimbei o passaporte, recebi a medalha e o certificado.

Conclusão:
  • Foi uma prova de superação
  • Na próxima vou mudar a estratégia
  • À noite já estava bem, sem dores
  • Valeu a pena!
Abraços a todos e mais uma vez parabéns aos que participaram desse desafio em especial ao Calegari, Xyko, Igor, Rita e Rudi (acho que foi esta a ordem de chegada).

Lorenzini




domingo, 14 de março de 2010

Audax 200 Porto Alegre - Preparação para a prova

Recebida a confirmação da inscrição ultimei os preparativos para a prova dos 200 km em Porto Alegre.
Com o apoio da Iolanda, na semana anterior à prova, inclui no cardápio do almoço e janta, as massas e pães, coisa ruim para um gringo ... Lá no seu Endres comprei barras de proteína e saches energéticos.
Fiz academia, pedalei dois dias e caminhei na sexta. No sábado só atividades de baixo impacto e gasto de energia.
Na sexta-feira, já em Porto Alegre, fui em busca do pisca traseiro, que havia sido danificado na viagem, e do colete com faixas reflexivas. Encontrei tudo e mais um pouco na Rodociclo, onde também encontrei um pessoal que iria participar do Audax (trocamos algumas idéias).

No sábado:
  • arrumei o meu alforje: material de primeiros socorro (gases, clorexidina, ataduras e esparadrapo), saches energéticos, capa de chuva, tubo de óleo siliconado, kit de ferramentas, pilhas extras e o protetor solar (total 2,5 kg);
  • troquei as pilhas do farol e farolete traseiro  por pilhas novas;
  • revisei a bicicleta;
Como planejado fui dormir cedo mas foi difícil conciliar o sono, muita expectativa.

sábado, 13 de março de 2010

Turma:

Já é sábado à tardinha e a ansiedade só faz aumentar.

Hoje jantar feito em casa, uma massa al sugo pois amanhã às 6 h começa o Audax de 200 km.


Já preparei o alforge com energético, pilhas sobressalentes e material de primeiros socorros, afinal além de médico sou o que mais se estrepara nesses desafios.


Capacete limpinho, bandana (da Gigante Bike), mochila de água e caramanholas cheias, colete refletivo e roupa confortável.


A bicicleta foi limpa, lubrificada e o câmbio deixado nos "trinques" pelo pessoal da Bike Tour.


A rotina vai ser essa:
- acordar às 4:15 da matina
- banho e café da manhã em casa
- a Iolanda vai me levar até o DC  Navegantes (devemos estar lá às 5 h)
- montar a bicicleta (só colocação das rodas)
- checar se os itens de segurança da bicicletas - farol, lanterna- estão funcionando (já foram testados em casa)
- apresentação à Organzação do Evento (Cícero) identificação da bicicleta e recepção do kit da prova
- saída as 6 h em direção à pontes do Guaíba e BR 290.
- retorno às ... bom isso aí é que vamos ver, tomara chegarmos em menos de 13 horas.
Abraço até à volta e torçam por mim.

P.S.: SOS UNIMED devidamente avisada!!! Isordil na mochila e soro de glicose hipertônica com Abbocath e equipo na mochila.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Audax 200 Porto Alegre - Expectativas antes da prova

Semanas atrás o Xyko mencionou esse Audax de Porto Alegre e fiquei interessado.
O passo seguinte foi entrar no Google e pesquisei "Audax" e encontrei diversos sites entre eles o que referia ao Audax de Porto Alegre no dia 14 de março.
Fiz minha inscrição e então fui ler as instruções e as regras internacionais para o Audax (deveria ter feito o contrário). Altas expectativas.
Sem falar com o pessoal de Passo Fundo já senior em Audax fui idealizando como seria a prova. Após ler as regras da prova, as instruções e as orientações no site descrevo abaixo algumas expectativas geradas:
  • A presença de todos os participantes às 5 h no local de largada;
  • A retirada do material da prova (kit prova: camiseta, passaporte, mapa da rota) e o registro na prova feita de forma organizada num local de fácil acesso;
  • Cada um recebendo um chip tipo os que são usados nas corridas à pé;
  • As orientações do breefing feitas de forma ordenada, clara e antes das 6 horas;
  • A largada às 6 horas em ponto;
  • Um sistema de acompanhamento dos ciclistas que fosse segura e contínua, cones de tráfego marcando o trajeto;
  • Carros da organização com banners de fácil identificação acompanhando os ciclistas o tempo todo.
  • Os chamado PCs (Postos de Controles) com banners e faixas que facilitassem a identificação;
  • Os retornos (aqueles feitos nas BRs 290 e 116) com boa sinalização (cones, pessoal de apoio equipado com lanterna especial);
  • A chegada em Porto Alegre bem sinalizada.
Com relação a mim mesmo as expectativas são:
  • Terminar a prova.
  • Terminar a prova dentro do tempo máximo da prova (13 h e 30 min).
  • Trajeto com poucas subidas íngremes.
  • Definir a velocidade média que deveria manter no início, no meio e na parte final da prova.
  • Como estaria no final da prova (se conseguisse terminar).
  • Quais as "reações" do corpo na noite e  no dia seguinte. Muitas dores musculares? Estaria todo "duro"? Teria condições de voltar dirigindo de Porto Alegre? Etc ... 
Bem estas são as minhas expectativas.
Nas próximas postagens pretendo apresentar a prova feita e as expectativas que foram realizadas e as frustadas também.

terça-feira, 9 de março de 2010

Novo desafio: participar do Audax em Porto Alegre dia 14 de março de 2010

Dia 14 de março será realizado em Porto Alegre o AudaxPoa 2010. É uma prova de 200 km em que podem participar todos os tipos de "veículos" com propulsão humana (bicicletas, patins, skates, triciclos, etc ...). O espírito da prova é bem interessante pois você se impõe o desafio e tenta vencer o percurso no menor tempo que o seu preparo físico permitir.
Como é minha primeira participação vamos ver no que vai dar. O limite de tempo para a prova é de 13h e 30 min (velocidade média ao redor dos 15 km/h) e espero terminar dentro desse tempo.
Essa "prova", segundo os entendidos (Xyko) será desenvolvida em um terreno que não tem subidas íngremes, parece ser a mais planas das provas de Audax. Vamos ver!
Então é isso aí: domingo vamos ver para o que servem essas pernas e o preparo feito, principalmente nos últimos quatro meses, na Academia Simbiose.
Abraços e até a volta (espero que esteja inteiro).

sábado, 6 de março de 2010

Diário Daniela Bertol - Circuito Vale Europeu

Li hoje o diário que a Dani fez sobre os sete dias que estiveram pedalando no Circuito Vale Europeu. O Xyco postou esse diário em seu blog (Blog Pedal na Noite) e vale a pena conferir.
Fiz algumas das etapas que ela e o grupo de Passo Fundo fizeram tipo, Pomerode - Indaial, Indaial - Rodeio - Fazenda do Rio do Zinco e descendo da fazenda para Dr. Pedrinho. Fomos com um pouco mais de mordomia, com carro de apoio que, além da água gela e frutas, carregava nossa bagagem. Mesmo assim tivemos algumas dificuldades nas subidas íngremes com sol escaldante e um calor forte com humidade alta (bem desagradável).
Imaginem vocês, que os personagens do diário estavam carregando sua própria bagagem e em alguns trechos a baixo de chuva.
Mais uma vez parabéns pelo relato da Dani e pela vitória, com direito a massagem no ego, de todo os grupo.